Desertificação no Ceará será tema de Encontro promovido pela SRH

12 de março de 2019 - 16:09

O II Encontro de Estudos e Iniciativas de Combate à Desertificação no Ceará está previsto para acontecer no mês de setembro no município de Quixadá

Visando discutir as causas e efeitos da desertificação no Estado do Ceará, uma comissão de técnicos se reuniu na manhã desta terça-feira (12), na Secretaria dos Recursos Hídricos, para programar o II Encontro de Estudos e Iniciativas de Combate à Desertificação no Ceará que tem previsão de acontecer em setembro no município de Quixadá. A desertificação é definida pela Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação como sendo a degradação de terras, nas zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas. O fenômeno é resultante de diversos fatores, entre eles as variações climáticas e atividades humanas.

A comissão foi formada pelo secretário-executivo dos Recursos Hídricos Dedé Teixeira e por técnicos da Funceme, Cogerh e SRH, além de representantes da Faculdade Cisne Quixadá e Comitês de Bacia Hidrográficas (CBH) de Sobral/Granja, Quixeramobim e Banabuiú.

O evento está previsto para acontecer em três dias com palestras, análises de trabalhos científicos, mesas redondas, exposição de estudos, atividades culturais e feira de saberes e sabores do Sertão Central. O objetivo do Encontro é estabelecer compromissos com as entidades públicas e sociedade civil a respeito da desertificação do Estado do Ceará, além de realizar uma análise socioambiental das áreas degradadas do Nordeste, com prioridade no Ceará.

O papel das instituições públicas de ensino e pesquisa no enfrentamento dos efeitos da desertificação será um dos desafios propostos para o Encontro. “É importante que se convide para palestrar no evento, professores e mestres da UFC, UECE, IFCE, UVA, Faculdade Cisne e outras instituições de ensino do Ceará e até fora dele, para que possamos levar a problemática aos estudiosos, principalmente aqueles que ainda estão nas universidades e que realizam pesquisas e estudos diariamente”, frisou o secretário Dedé Teixeira.

Segundo a pesquisadora da Funceme Margareth Carvalho, a Funceme deve apresentar indicadores de zoneamento ecológico e econômico que podem acrescentar na discussão do Encontro. “Outras ações importantes da Fundação que podem ser apresentadas no Encontro é o projeto de estudo de solos, que abrange cerca de 63% do Ceará e o Projeto de recuperação de área degradada, implementado na cidade de Jaguaribe”, completou.

Além de estudos técnicos, é preciso que a população colabore para evitar o processo de desertificação. “Procurar conhecer as características dos solos para que possa utilizá-lo respeitando suas limitações é um dos caminhos para o combate à desertificação, evitando assim os processos erosivos que culminam com a sua degradação”, conclui a pesquisadora da Funceme.

Público do Encontro

Serão convidados para o evento membros dos Comitês de Bacias Hidrográficas do Ceará, técnicos de instituições públicas, membros das áreas inseridas na UNCCD (Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação) do Ceará, estudantes inscritos nas temáticas e apresentações de trabalho e público em geral, com preferência em agricultores, produtores, professores e orientadores de pesquisa.

09 anos do Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação (PAE)

Outro importante assunto que deve ser abordado durante os três dias de evento é o PAE – Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação que completa 9 anos em 2019.

Segundo o Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação (PAE), foram classificadas como áreas suscetíveis à desertificação, as que possuem degradação da cobertura vegetal, assoreamento dos rios, pastoreio excessivo, perda da biodiversidade, perda da capacidade produtiva do solo, baixa relação entre capacidade produtiva dos recursos naturais e a sua capacidade de recuperação. As áreas apontadas como mais suscetíveis à desertificação no Ceará são Sertões dos Inhamuns, Sertões de Irauçuba, Centro Norte e os Sertões do Médio Jaguaribe.