Secretário dos Recursos Hídricos apresenta impactos do Projeto Malha D’Água para o meio rural

3 de junho de 2018 - 13:22

Francisco Teixeira proferiu palestra de abertura de eventos que discutem saneamento rural até esta sexta-feira, em Quixadá

“Malha D’Água e Seu Impacto no Meio Rural”. Este foi o tema da palestra proferida pelo secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, na abertura do “IX Seminário de Gestão dos Sistemas Integrados de Saneamento Rural (Sisars), IX Seminário Nacional Saneamento Rural e IV Encontro Latino-Americano de Saneamento Rural”. Os eventos, que acontecem simultaneamente no auditório do Instituto Federal do Ceará – IFCE campus Quixadá até esta sexta-feira (25), têm como tema central “Água, Saneamento e Saúde”.

Durante aproximados 45 minutos, Teixeira apresentou o Projeto Malha D’Água, que se propõe a levar água tratada para abastecimento humano por meio de uma rede de adutoras. Essas adutoras partirão dos açudes mais resilientes à seca. “A grande seca que atravessamos nos mostrou que precisamos avançar, quebrar paradigmas. E o Malha D’Água vem ao encontro disso”, avalia Teixeira.

Na sua exposição, o secretário mostrou que, embora destinado ao abastecimento humano dos principais centros urbanos do estado – sedes municipais e distritos – as comunidades rurais difusas também serão beneficiadas. “Temos condições – e o projeto já prevê isso – de estender ramais para comunidades atendidas pelo Sisar ou pelo Projeto São José”, garante Teixeira. Segundo ele, isso aumentaria a garantia hídrica desses sistemas.

Além das comunidades atendidas pelo Sisar e pelo São José, a população abastecida por carros-pipa também sairia ganhando. “Hoje, as rotas de carro-pipa são enormes, os mananciais estão cada vez mais distantes devido à seca. O Malha D’Água prevê pontos de abastecimento para os caminhões em locais bem mais próximos dos consumidores. “Isso gera economia e garante uma água tratada para as comunidades mais difusas”.

Malha D’água

O Projeto Malha D’água foi concebido a partir da experiência adquirida pela Gestão do Estado do Ceará, durante os 6 anos consecutivos de chuvas abaixo da média, que configuram a maior estiagem da história. A iniciativa prevê, num prazo de 20 anos, a instalação de 4300 quilômetros de adutora, resultado de um investimento orçado em R$5,3 bilhões.

A ideia é transportar a água de reservatórios resilientes à seca em adutoras, evitando o desperdício, por meio de infiltração ou evaporação, bem como o desvio para outros usos, além do consumo humano, ao tempo que reduz rotas de carros pipas.

O SISAR

O Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar) começou a ser implantado no Ceará em 1996, na Bacia do Acaraú e Coreaú. Atualmente, existem oito unidades do Sisar no Ceará. Segundo o levantamento realizado em abril de 2017, são 1.419 localidades atendidas e aproximadamente 552 mil pessoas beneficiadas com sistemas de abastecimento de água, gerenciados pelos próprios moradores.

O Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar) destaca-se pela gestão compartilhada nas comunidades em que atua. Cada um desses sistemas constitui uma Organização da Sociedade Civil (OSC) sem fins lucrativos, formada pelas associações comunitárias representando as populações atendidas, com a participação e orientação da Cagece. Um dos destaques do Sisar é o valor da conta paga, que é muito abaixo do valor normal cobrado por uma conta de água convencional. Isso se é possível porque a comunidade divide as despesas com energia elétrica e gratificação do operador do sistema.